sexta-feira, 21 de março de 2008

Fecho as portas

Fecho as portas a esta casa....

A minha nova casa é preto no branco ou branco no preto...

http://margaretedasilva.blogspot.com

Amo-te!



Sei-o bem, não to dissera antes porque ainda há barreiras para o tédio do além sentir, baixinho suspirara tanta vez a nova aurora que aparecia confusa nas minhas manhãs. Anunciei os meus passos antes de tos contar em segredos inquebráveis, depois despi os sufocos e os suspiros e como se fossem quedas de água deixei que me percorressem o corpo inteiro onde tu moravas. Agitei os meus olhos castanhos em direcção às tuas mãos, questionei-as acerca das sua carícias mas elas nem para mim falaram. Enfim soube, sempre soube, que o limite entre o que é de mim e o que é de ti era mais ténue do que a barreira que quebrava o horizonte. O meu horizonte és tu entre rasgos de pequenez. A minha grandeza reside no melhor de ti, a minha força está no teu sorriso, a minha simplicidade é a breve e ligeira quietude ternurenta da tua vida.

Sei-o bem, não to dissera antes porque ainda há barreiras do além sentir... amo-te!

terça-feira, 18 de março de 2008

Porque choras meu amor?


Porque choras meu amor?
Já não falas.
Já não danças.
Já me esqueces.

Porque choras meu amor?
A tua cara é um rio sem peixes.
Tenho medo que me deixes
assim como te entristeces.

Meu amor... meu amor...
minha esperança está gasta
pelo tempo que se arrasta
nesse corpo que mereces.

Porque choras meu amor?
Já não falas.
Já não danças.
Já me esqueces?

Porque choras?
Porque choras?
Porque choras?

segunda-feira, 17 de março de 2008

Vejo-te ir...

Cai a chuva pelo vidro da minha janela e com ela algumas lágrimas se soltam dos meus olhos, estava a tentar não chorar mas não é possível porque os meus gritos de revolta magoam o coração apertado de memórias e lembranças boas.
Sei que é hora de seguirmos as nossas vidas, cada um segue os seus caminhos que em nenhum outro momento se hão-de cruzar, sei que tens de ir por ali com um sorriso no rosto e que eu devo ir por aqui com um sorriso no rosto, a sapiência é a consolação deste coração dorido.
Não posso deixar de chorar um pouco, só pela melancolia ou até mesmo a nostalgia de te ver partir com o bom tempo e de me deixar de novo embriagar pelo espírito dos que na solidão se desenham.
Nunca estarei sozinha porque te sei aí e me sei aqui mas o fim inevitável fez com que eu mais uma vez sonhasse essa dura realidade, apodrecer sozinha a um canto. Como eu gostava que me prometesses que ficarás a meu lado até ao fim da vida, como eu gostava que me prometesses que sempre estarás aí por mim, como eu gostava...
Sacudi as melodias da tristeza e deixei-me levar pelo breve passar dos dias, bebo um chá, festejo a tua ida porque sei que é a melhor coisa a ser feita agora, entre nós apenas a amizade fica dançando à luz de um amor que ruiu, nenhum de nós sabe explicar como mas sabemos que ruiu apenas.
Fico aqui. Olho o fim da rua e vejo o teu vulto a afastar-se devagar, quando olho para o meu lado ainda aqui estás, podes ir em paz que daqui não sais, dentro de mim ficará o teu lugar para sempre...


[ promete-me que ficas a meu lado até ao final da minha vida! Sim?]


Vejo-te ir...



... umas quantas lágrimas rolam pela minha face.

domingo, 16 de março de 2008

Abraça-me até morrer

Abraça-me até morrer meu amor, já não sei que paragem é esta apenas sei que te espero aqui, um dia chegarás com os braços cobertos de carinhos para me entregar e então não valerão por nada aos meus ouvidos as outras vozes e hei-de ouvir apenas as nossas preces, abraça-me até morrer!
Prego rasteiras aos abraços dos outros, é nos teus braços que me encontro e me sou, só nos teus braços ecoa a verdade em sorrisos e em gestos eternos. Sucumbo à minha vontade de ir e espero-te ainda, na memória os teus beijos e o compasso desesperante dos teus passos, um solfejo de sonhos, um arpejo de lembranças, o amor em partituras defenidas de imensa quietude e calmaria.
Abraça-me até morrer meu amor,
os teus braços são a minha casa,
o que os outros podem ver
não é nem metade do que eu posso e nem um quarto do que tu podes.



Descasco os meus sentidos só para me ser possível espremer mais um pouco deste amor tão grande que gastei aos poucos, enquanto te foste.

Eles suicidam-me...

Ontem falei-te de um nome e não quiseste saber, parecias oco por dentro como se eu desconhecesse já que eras oco ou que nada dentro de ti tinha um sentido qualquer que não fosse morte. Ontem precipitei-me a contar-te os meus segredos mas tu não quiseste saber nem mesmo quando eu abri o meu coração e o pintei de negro, aí inclinaste-te para trás e adormeceste, ressonavas como um porco!
Ah a semelhanças entre a mesma espécie é terrível!

Neutralizei a minha dor e chego aqui com o coração preenchido pelo teu espaço, escrevo-te para entender que razão de ser é esta, que mundo é o meu, que espaço tão natural, tão vindouro. Curvo então os meus pecados sob a falésia e num rápido movimento atiro-os junto com o meu corpo.

A morte faz todo o sentido quando dentro e fora de nós mesmos já nada nos sabe a vida.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Não sei ser poeta

Quando escrevo poesia não me dou,
Faltam-me as palavras interdictas,
Faltam-me as rimas esquesitas,
Falta tudo, falta tudo o que sou,

Não sei ser poeta, não sei...
nem agora nem nunca hei-de saber,
tenho o que digo e o que fica por dizer,
tenho o que dou e o que já dei.

Não sei como se faz para ser poeta
nem tão pouco sei o que falta ou resta
para ter esse dom dentro de mim.

Mas sei que só ser eu assim me basta,
é a escrita, é a escrita que me arrasta
para longe deste antecipado fim.

Vamos?


Por tudo o que dás, como se fosse possível dares-me tanto já que tanta distância nos separa os corpos. Por tudo o que me estás, na alma dos bem amados que se consomem com asneiras e pensamentos negativos, porque me estás na brevidade e efemeridade do presente preenchido com o teu riso. Mas haverá melhor sentimento que este? Veio sem nos apercebermos, ficou dentro de nós e foi crescendo como uma semente que foi largada à pressa crescendo, selvagem, na margem de qualquer sítio.
Por ti esperava eu todos os dias, gritava até às vezes no meu silêncio o castanho dos teus olhos reflectido.
Chegou a hora de me esquecer de um tudo e de partir por aí contigo a segurar a minha mão, balançando-a,levando-a contigo para onde quer que vás. E do baloiço da vida fazemos nosso encosto perpétuo, despimos os corpos, libertos de todo o mundo, inquietos de nós mesmos, prendemo-nos a cada traço, em cada passo, cada espaço de vida que nos ocupa a vontade. Abraçados fazemos ecoar a voz do amor nos caudais do futuro tumultuoso, beijamo-nos como nunca haviamos beijado ninguém, o suor nas palmas das mãos, as veias dilatadas pelo desejo do ter e do querer, do desejar.
Por tudo isto e por muito mais, um para sempre, para sempre nós a intensificar a vida com os nossos sentimentos mútuos.
Vamos?

sexta-feira, 7 de março de 2008

O Lamber da Dor

Lambes a dor que te cai nos cantos da boca, parece-me sangue mas sei que nunca sangras a dor que não sentes. Ainda te amo mas não me quero dar ao luxo de continuar a teu lado, morres-me em cada abraço, em cada beijo e já não encontro maneira de enfrentar toda a morte que te tenho.
Morreste já em mim, vadio és de ti, não espalhes mais a tua híbrida emoção, nem eu me vou comover, se tiver de ser passo-te a ferro e embarco para bem longe.
Tocas-me a pele gasta pelo suor dos dias e da vida em redor, despes os meus medos e os meus segredos com as tuas mãos de seda, flores de veludo bordadas na palma, demasiadas sombras indesejadas, agitadas e caladas como mortas. O meu corpo mata-te com a falta de desejo que me preenche. Nada é de ti!
Pisas as sementes do que já fora e nunca há-de ser, porque amamos sempre quem nos trata mal? Julguei acreditar na tua legítima defesa e estava errada, quem não for culpado que atire a primeira pedra. Tenho as mãos nos bolsos do corpo nu, cheio de pedras prontas a serem atiradas. a realidade descontorcida de tudo, as arestas mal deliniadas, um cubo a fazer o pino.
Morres-me nos dias, nas horas em volta, no fogo do tempo, na semente da vida. Morres-me e mato-te em tudo o que tu vês, ouves, tocas, provas e sentes... obstinado crente, entediado fiel!

sábado, 1 de março de 2008

Quando um adeus é o último adeus...


Tremo ao ouvir-te falar todos os nomes que amaste. Ouço e sigo calada pela mesma estrada, pecado que cometeste. Sofro depois a vaga superficie calma dos gestos enamorados, soltos, amarrados apenas nos pulsos de um sentimento cortado. Silenciado vais ao meu lado como se soubesses já o destino vão, no lugar do coração encarcerada a saudade azeda dos momentos que não tivemos.

Sempre vais?

Fazes-te de desentendido enquanto eu choro ao teu ouvido as pragas que me lançaram, só a híbrida reacção dos corpos em constante apeguidão se faz trémulo impulso a um querer desnorteado, ambos sabemos e mesmo assim nos calamos com medo de nos envolvermos.

Sempre vais?

Cai-me a vida ao chão com os teus olhos sobrepostos aos meus, ris-te sozinho e na minha face deslavada um barco contra o cais, já me repugnas e ainda nem me ouviste chamar-te os mais feios nomes, pela distância, nas mãos da ausência, sacode o pó deste deserto.

Vai...

Às tantas vais-te embora sem saberes o que me vai no coração.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Música de Lágrimas




Saltas comigo?

Anda, dá-me a tua mão, nada temas, num canto oco sei que muito escondes, no outro canto cheio de vida tu sempre te revelas... há dentro de ti, assim como dentro de mim, a ânsia de ir, de ficar, de partir, de saltar.

Saltas comigo para este mar de letras?
Agora? Já? Saltas comigo?