domingo, 30 de setembro de 2007

Não seremos máscaras...





Não seremos máscaras de sentimentos enquanto houver amor, não seremos meras máscaras que invadem o coração umas das outras e ficam por lá habitando o inabitável, respiro a primavera em flor que o sol teima em queimar de vez enquando. Nós não seremos nada porque somos absolutamente tudo, isto não é uma peça de teatro é a verdade a soar a estranha cá dentro, é a vontade de quebrar as máscaras e ver a verdadeira face do amor.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Nem sei que título lhe dar...

Fui ao cemitério hoje, tentar falar contigo, pelo menos tentar entender o que se passou, o que fizeste, não soube, não soubeste responder, talvez porque não te tenhas aproximado, talvez tenhas falado demasiado baixo ou talvez apenas te queiras afastar de mim. Não me abandonaste porque sinto que estás em mim mas talvez não queiras que eu fique presa à tua imagem, aos teus sons, aos teus passos, aos teus gestos, ao teu rosto, e então decidi pela primeira vez, hoje decidi, que não me ia despedir de ti porque nunca houve uma despedida também não ia dizer adeus porque não seria capaz, não teria coragem e porque tu fazes tanto parte de mim como eu faço parte de ti, mas hoje eu sei, hoje eu soube quando ali cheguei, quando vi a tua campa, quando olhei a tua imagem, quando te toquei, eu soube, eu hoje sei que não vale a pena chorar nem vale a pena gritar porque tu não estás aqui para me ouvir e se eu chorar e gritar alguns vão pensar que sou maluca só porque gostava de te ter aqui, gostava de te dizer uma ou duas palavras que ficaram por dizer, gostava de te contar tudo o que se passou desde que partiste, os momentos que perdeste, sei lá, o mundo que eu pensava que só tu e eu entendíamos e que agora sei que mais alguém partilha comigo.
Hoje foi um dia difícil para mim, não foi uma despedida, não foi um adeus mas foi um momento que mudará a minha vida daqui para a frente, um ponto de viragem. Hoje tu ensinaste-me a ir e a chegar, a olhar bem para o meu lado e a estar plenamente, a admirar um novo rosto, um novo olhar, um novo toque, uma nova mão que segurarei sempre; hoje tu ajudaste-me a dizer todas as palavras que os meus muitos silêncios prendiam em si.
Hoje com a tua mão no meu ombro eu olhei o céu e vi o rosto dele e soube que nunca estaria só porque ele estaria sempre comigo, soube que ele é actualmente uma das pessoas mais importantes da minha vida, nos seus olhos eu vejo o meu reflexo, não há nada de mais belo!
Tu hoje deste-me esta força, esta coragem, este abraço que me fez arrepiar e acordar para a vida, que não me perguntem como, que não me perguntem de que modo, de que jeito, não saberei responder, apenas sei que és um anjo que veio salvar-me e mostrar-me a luz.
Um dia deitar-me-ei no seu colo para lhe contar a nossa conversa de hoje, para lhe contar o quanto chorei de saudade e o quanto ri com as memórias e lembranças, para lhe contar que embora este meu testemunho pareça estranho é algo maravilhoso que senti na pele e na alma, hoje. Contar-lhe-ei que tu gostas de mim mais do que suficiente para me deixares ir, hoje eu vou, vou deitar-me no meu colo, emaranhar-me em mim, chorar um bocadinho e depois eu vou olhar o rosto dele e dizer-lhe como se fosse a primeira vez: “Gosto de ti!”

domingo, 23 de setembro de 2007

Dança da Lua





E se ao menos houvesse um lugar onde me encontrar, quem sabe permanecer, só um canto qualquer entre este mundo pequeno onde encontrar um pouco do meu mundo inteiro. Onde me aconchegar e quem sabe sorrir com uma flor atrás da orelha só para tornar mais cómico um momento. Se houvesse um lugar onde me encostar para ler e escrever ou quem sabe apenas sorrir porque o que sentimentos do mesmo modo que nos sai em escrita sai-nos também em gestos e silêncios que as palavras nunca conseguirão descrever.
Se ao menos houvesse algum tipo de invenção que tornasse possível quebrar a distância ou torná-la pelo menos mais curta sempre que o coração e o corpo sentissem dentro de si a vontade de estar e ficar com quem a distância arrastou para longe.
Se ao menos isto, se ao menos aquilo e a vida roda assim em torno deste "se ao menos" mas hoje quero lá saber se estás longe ou perto, hei-de dançar contigo um tango à luz da lua, no meio da noite , essa que emcobre a emoção e a felicidade de dois amantes.

Outono Antecipado




Aquece os pés na lareira que ainda não acendi,
aquece a alma na cadeira de balanço que te ofereci,
aquece tudo amor,
aquece as palavras que te escrevi com o coração inundado de fogo que arde e não se vê.
As folhas caem das árvores. Sentes?
Se não sentes é porque mentes
foi o vento que sorrisdente mo segredou.
Antecipamos o Outono com uma cantiga,
cantas comigo? A melodia dos dias a teu lado,
um rock dos tempos idos, um fado dos tempos vindos
Cantas comigo?
Aquece-te em mim e sorri enquanto o sol se esconde
não há ninguém que o tome em goles secos
só nós dois, agarrados, brindamos antecipados
ao Outono que devagar nos sorri.

Pensei...




Pensei como seria abraçar-te e senti-te, tal como se estivesses aqui a meu lado sentado no sofá a sorrir-me. Pensei depois como seria beijar-te e senti-te, tal como se desbravasses a distância e apagasses a ausência só para me beijar e sorrir a seguir.
Pensei como seria se pudessemos entrelaçar as nossas mãos e senti as tuas mãos nas minhas, parei de escrever, parei de pensar, ficou o tempo parado no ar e de olhos fechados consegui ver-te sorrir.

... como se aqui estivesses.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O nosso pôr-do-sol...




Será este o nosso pôr-do-sol?
Será este?
Quero o teu abraço para me encontrar,
quero o teu olhar para ser feliz,
quero o teu beijo para renascer,
quero tudo o que tiveres para me dar se puder ser.
Agora...

Quero um pôr-do-sol melhor do que este,
melhor porque estarei do teu lado enquanto o observas.

Um beijo em ti*

Quando será?




Quando for será e o coração não terá lágrimas que não chore de alegria, quando for já eu terei ido ou terei vindo e o teu encontro não deixará de ser o fascínio que acompanha a minha vida desde que tu entraste nela. O teu encontro, no teu encontro, quando será?

Quando for será...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Etrom




Ela surgiu com a faca e o queijo na mão e nem lhe deu tempo para pensar se deveria ou não continuar ali naquele lugar, não lhe deu nem tempo de entender se estava no lugar correcto, se deveria fugir... com o olhar altivo ela o fitou mais do que uma vez e mais do que uma vez o fez recuar a consciência e a certeza.
Ele deixando que o suor escorre-se pela face não escondeu uma certa expressão de medo aprisionada no mais íntimo de si, engoliu em seco meia dúzia de palavras enquanto a garganta parecia secar, devagar, ao olhar dele secava tudo , toda a sala onde estava, todo o espaço em volta que acreditava e que agora duvidava, tudo secou à sua volta só ela permaneceu imóvel, olhando-o com desdém, ele ainda tentou alcançar os pés dela mas o seu braço parecia seco , quase desfeito...

... o último rasgo de luz que ele viu foi o reflexo nítido do olhar negro dela na foice que erguera para lhe cravar.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

E se um dia fossem anos?


Se um dia fossem anos? Eu não sei como seria mas na vida eu não encontraria outro rumo que não fossem os teus braços. Um só dia, um único dia, anos junto de ti e a ternura complacente de te saber perto e não ausente, assim é que deve ser.
Se este dia fosse o resto da minha vida eu não me importaria, só queria os teus olhos onde me ver, se saltasse assim as barreiras do tempo só para o amor permanecer, se fosse fácil quebrar a ausência com melodias repentinas de dois corpos mudos que se sentem ser em uníssono, como um monólogo falado a duas vozes se é que isso é possível.
E se um dia fossem anos? O que importaria...

... importa-me a mim agora saber que não gastei o tempo, um dia, dois, três, os que tu quiseres desde que sejam passados a teu lado, por mim até podem ser anos.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Quem me dera amar-te


Quem me dera amar-te...

Quem me dera ser capaz de amar-te ou fazer a memória transforma-se apenas em vã memória e não nesta firme lembrança, quem me dera ainda ser capaz de te dar uma nuvem onde te encostares ou esconderes sempre que precisares, quem me dera amor ser capaz de esquecer o qu não consigo.
Quem me dera amar-te... quem me dera!
Ser ao menos capaz de deixar que as lágrimas que sinto cairem em mim me caiam rosto abaixo mas não posso, não quero que assim seja, assim sou, assim minha alma não espera que consiga amar-te. Não quero ou quem me dera ser ao menos capaz de querer .
Quem me dera amar-te...