
Não sabes a falta que me fazes, quando a chuva cai atrevo-me a recordar-te e há um vazio tão grande no peito que eu respeito e não quero apagar de mim, caio então como uma folha largada ao vento e em desassossego deixo-me esbater contra o muro de secretas faltas que me preenchem.
Quisera eu ter a força de um vulcão em erupção para poder enfrentar tudo e todos, ser como a maré tempestuosa e assustar quem for mais frágil, mas não passo de uma triste pessoa que nem força tem para batalhar pelo que verdadeiramente quer.
Hoje estive contigo, cada vez mais, sempre, esta solidão a arder-me no lugar do coração, esta ausência, esta ausência escura, tão escura como a noite, comos os dias que se seguiram e ainda seguem, ocos, depois de te abandonar, assim sem mais nem menos como se fosse fácil abandonar quem amamos.
São secretas faltas, labirintos de dor onde me perco, enigmas de sofrimento e atrás de mim só estás tu, do meu lado só tu, na minha frente só te vejo a ti, sempre, sem falhar dia nenhum, uma memória perpétua, recordação eterna no meu coração.
É difícil abandonar quem amamos só porque a vida assim o quer, escolher o caminho mais fácil sem batalhar mas, e quando estamos perdidos da vida e de nós mesmos? Quando nos sabemos envenenados pela desilusão, quando nos sabemos mal-tratados pela voz do coração.
Corre-se pelas estradas, pelas ruas sem saída, cai-se e fica-se no chão cheio de feridas, feridas que são secretas faltas escondidas em nós, nas nossas entranhas, cada vez mais fundo que passam despercebidas a quem nos rodeia. Dói, não dói?
... a quem o dizes!