domingo, 30 de dezembro de 2007

O Fado Vadio fez-me Sua Letra


Acordei com a melódica sensação de tristeza a ecoar pelo quarto, como um eco vadio de um fado traçado a fogo sobre a pele, respirei ao redor do resto do mundo como se soubesse de cor este cheiro a lágrimas que me entrava nas vísceras e me falava de mim a mim própria.
Vadio! Procurou um canto onde se acomodar e fez-me Sua Letra, bailando sobre o seu Xaile vi-me assim poeta e muito antes de o ser, já antes da manhã me cantar a geada ao ouvido, eu cantei baixinho à luz das quimeras, os sonhos das eras já mortas pelo caminho.
Híbrida sensação me acarreta o espírito, quase doentia, quase sinistra o mais que suficiente para me acanhar a alma, já temerosa, já assustada, já cansada, já teimosa, já despida do pecado original, deitada a um canto, sacudindo o desencanto, sonhando ser gente ainda pelo vale da fantasia andando como vadia.
... e o Fado Vadio fez-me Sua Letra, nem a vagarosa quietude da manhã o pode deter, entrelaçando-me o corpo como se já estivesse morto, tomando-me a alma como se esta já não me pertencesse, fazendo de mim seu significado, tão duro, curvado já pelo trago amargo do sofrimento.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Juntos


Se me deres a mão, se não tiveres medo conseguiremos juntos entender as forças que se erguem contra o nosso amor. Se sacudires o pó do passado que ainda te suja a alma e me deixares entra nela e acomodar-me a um canto eu prometo que serei capaz de te seguir, serei capaz de erguer os braços e felicitar-te com um sorriso redondo enquanto as minhas mãos se erguem de alegria para bater palmas.
Se tu souberes dar-me o real valor... se tu conseguires dar-te o real valor. Agora e para sempre serão três palavras no nosso vocabulário...

domingo, 9 de dezembro de 2007

O teu presente de Natal!

Às vezes penso, sem querer ser lamechas, que o melhor presente que te poderia dar seria eu mesma embrulhada no amor que te tenho e nos sorrisos que ainda não te entreguei, nos abraços, nos carinhos, nos secretos segredos vadios que não te dei. Então páro e não te alcanço porque o teu coração está demasiado triste este Natal, choro um pouco por ti e por mim e depois balanço no baloiço da minha lua enquanto a noite é tua, só então te consigo sentir despertar.
Este Natal vou chorar por ti, sorrir enquanto choro e recordo com saudade tudo o que vivi, depois vou calar a dor de vez e vou abrir-me ao mundo novo que sonho para os dois e se tu deixares vou pegar-te ao colo (se conseguir!) e vou deitar-me contigo ao pé da lareira enquanto olhos nos olhos deixo que o calor nos aqueça a alma já gelada de faltas sucessivas.


Este é o teu presente de Natal, um simples texto cheio das vontades que me atingem e se tu quiseres que me afaste lembra-te que um dia eu quis aproximar-me mais.

Saudade...






Um Beijo em Ti *

* este é para ti e tu sabes quem és!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

The true love


O verdadeiro amor é superior a todas as descrições,
o verdadeiro amor não anda na boca dos impuros
nem no coração dos inseguros.
O verdadeiro amor que as outras coisas não são isso
e a forma maluca com que se vive a vida hoje em dia
faz com que eu pense cada vez mais em escrever cartas de amor a alguém que ainda aparecerá porque é assim que funciona.
O verdadeiro amor é entregado e dado,
porque quem entrega recebe sempre pelo menos a metade
e com a metade se serve como alimento para a alma.
Quando penso ou sinto que deveria pensar o verdadeiro amor
não sei se será ao ponto de o condenar por todos os momentos em que o não pensei
mas depois outra vez e concluo que afinal talvez este seja o modo mais natural de o fazer.
E assim é o verdadeiro amor dos heróis entrestecidos que deixaram as suas esposas para partir para as grandes batalhas que os fizeram vencer todas as grandes guerras,
aquelas que os tornaram conhecidos nos famosos livros de História,
o amor cantado pela boca dos românticos
e assim é o amor, uma libertação mais do que uma condenação...

Eu amo o amor e tu também o amas?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

"Pulsa o Impulso"

Vi-te de longe, cruzamos o olhar e eu soube logo ali que as saudades que sentia eram maiores do que pensava, tinha saudades do Artur homem e amigo, o Artur Moura Queirós escritor é uma nova faceta da tua vida que acredito ter vindo para ficar e que faz falta ao teus leitores assíduos.
Sempre sereno respondeste às perguntas que te fizeram, ouviste os elogios e sorriste porque o teu coração assim o queria, sempre soubeste que mais importante do que receber era dar e por isso davas-te sem demora, hoje não foi excepção. Eu com os olhos vidrados já ouvia a tua voz como um eco dentro de mim a sussurar aos meus ouvidos todo um mundo interior que apartir de agora está paginado no nosso mundo exterior num conjunto de poemas.

Tive a oportunidade de estar aa teu lado neste momento tão importante na tua vida e ver-te nos meus olhos a sorrir como duas castanhas de Outono. Eu não sei como resisti à breve mas pausada vontade de te abraçar naquele momento. "O silêncio nunca incomoda...", eu gosto do silêncio e no meu silêncio consigo entender melhor o teu barulho.

Durante a viagem de metro de minha casa para lá e de lá para minha casa vim a escutar no mp4 uma música que hoje te dedico porque o dia é teu, a noite é tua, o mundo é teu e "se para mim o teu poema é verde e tu achaste que ele era azul melhor porque assim fica com duas cores diferentes!".

Save the Last Dance for me ...




Espero pela última dança...

[dedicado a Artur Moura Queirós, o homem, o amigo, o escritor, sobretudo pelo seu livro "Pulsa o Impulso" mas também porque é um jovem crescido que fez despertar em mim a vontade de também eu crescer em sorrisos e paz]

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

edaduas





Quis cantar-te uma canção para que ouvisses tudo,
mas depois afundei-me nas palavras onde te afundas,
quis pedir-te perdão mas não sei se me ouves
na ausência tu não sabes o que sinto.
Continuarei a procurar em mim o Outono que começa depois do Verão,
continuarei a construir o meu castelo onde havemos de morar, podes acreditar.

...
e ás vezes, às vezes nas quebras de mim
preciso de me encontrar nos teus braços e em ti.

Quando nos bate a saudade...


Às vezes a saudade nos bate, uma sapatada na face esquerda ou direita,
quer seja agora ou depois a verdade é que a saudade nos bate e nós ficamos a olhar para ela com aquele olhar de quem perdeu alguma coisa e não sabe nem o que perdeu, nem quando perdeu, nem pnde perdeu...

Eu às vezes até penso em ripostar, mandar-lhe dois socos de volta, a mim é que a saudade não engane, nem bate nem dá cabo de mim...

Hoje acordei com vontade de respirar, senti-me vida ao olhar a tua face.

Agora e para sempre lixe-se a saudade, bata-nos ela ou não a verdade é que não saberei mais o que fazer se não sentir a saudade a olhar-me os olhos com vontade de me bater eu não me sentirei viva.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Renascer


A vida pode cair aqui mas erguer-se ali!



E hoje reconheci-me através do teu olhar, soube que estava bem entregue no teu coração, tive a certeza que podia adormecer em paz porque haveria sempre uma mão a fazer-me festas no cabelo mesmo à distância... corri ao teu encontro porque tinha saudades de mim própria e sabia que me ia encontrar em ti, assim foi.
Sentei-me, deixei que abrisses a minha alma e me entregasses um todo de mim que com carinho sempre te dei, relaxei ao ouvir-te falar de mim própria, tu conheces-me verdadeiramente, respirei a vida quando me confrontaste com a verdade que eu própria já não conseguia encontrar. Se tu soubesses como me fez bem olhar os teus olhos e ver-me neles e depois deixar que me invadisse esse sentimento de amor, senti-me totalmente em casa, acomodar-me nos teus braços e beijar-te com a suavidade e delicadeza do costume...

... tinhas razão, se o mundo te parece estar ao avesso talvez seja porque tu estás ao contrário, abri as persianas e pela primeira vez desde há muitas semanas consegui vi o azul do céu através da janela do meu quarto.
Obrigada.


(dedicado a Joaquim Amândio dos Santos, o Senhor, o Homem, o Amigo que hoje me fez respirar vida de novo)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Pequena rasteira


Repousa a tua mão sobre o meu peito nu
amante dessas noites que não temos,
aquece-me as mãos com os teus beijos
és tu que inventas no meu corpo mil desejos.

Amanheci na cor dos teus cabelos
na branca e terna pele que me desperta,
teu corpo delgado é a ventania
que fecha de rachada a porta aberta.

Não esperes meu amor, a espera não presta,
quando o coração dói como agora
esta sensação é a única que me resta.

Vem ao meu encontro mas caminha até mim,
não fiques a meio, quebra o limite,
o teu caminho é o meu fim.

Olhos de Menina


Os teus olhos de menina
coração de criança,
minha pequenina, teu rosto é a esperança.
As tuas mãos são os sonhos
de tanta gente crescida.
Minha pequenina, linda dos meus olhos.
Os teus cbelos mágicos
de onde se solta o reino das fadas.
Nos meus sonhos tu balanças
e me embalam as lembranças
quando te espero o riso.
Teus olhos da cor do céu,
o céu dos felizes que poucos conhecem,
os teus cabelos ondulados como as ondas do mar
que vão e vêem como as ondas que me amanhecem.

domingo, 25 de novembro de 2007

Tango


Se tu soubesses conciliar os pés como concilias a alma, se tu soubesses volver os meus braços como volves a minha calma, se te perdesses e do meu corpo fizesses o porto de abrigo, se me despisses para depois me vestires de devagarinho. Só numa música puder sentir os teus dedos nos meus e devagar olhar os teus olhos num mundo que só a minha pertence, se fosses rápido para me virar enquanto eu te envolve, se fosses intenso como és intenso quando me abraças. Afasta-me as madeixas dos cabelos enquanto o som da música me levar, faz de nós a mais bonita pintura quando o som da música te obrigar a parar e quando houver um tempo em que não te apeteça fazer nada não deixes de me tocar eu farei das tuas mãos a minha cintura e do teu olhar os meus pés.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Falta= Vontade de te querer perto



Sinto a tua falta meu amor, entre a banal das faltas está a minha que de banal tem muito afinal de repente os sintomas passam de uns para os outros e passam todos a sentir a tua falta, a casa, o cão, as paredes, os posters, as fotografias, todos sentem a tua faltam e eu não nego que sinto a falta dos carinhos, dos abraços, dos beijos e quem sabe daquela noite de amor que não chegou a existir ainda, porque assim não quisemos, mais importante do que esta falta só a vontade incansável de te ter perto. Mas sentir falta não é o mesmo do que ter uma vontade incansável de te ter perto? Às vezes digo que sim, outras vezes apago a lanterna do real e do possível e imagino que não e que cada uma é separada e tem a sua própria gravidade. Qual deixarei cair primeiro? Não sei! A minha única certeza é que ambas fazem parte do meu caderno diário...

terça-feira, 13 de novembro de 2007

domingo, 11 de novembro de 2007

O teu colo é a minha casa




Abro a porta do teu mundo, antes de bater, conheço melhor a minha casa do que tu o teu mundo mas afinal, a tu casa é o meu mundo, a minha casa é o teu mundo e a verdade é só esta. Se tu não estás bem não à luz na minha casa e não vale a pena ligar o gerador porque nada fará que se ilumine a nossa escuridão a não ser que me descubras e me abraças e eu ouça o teu sorriso redondo.
Ás vezes perco-me na tentativa de controlar a vontade de chorar quando me adormeço na escuridão e não ouço nenhum movimento teu à procura de mim perdida nos braços da tua solidão que moro no teu mundo, cobrindo a minha casa.
Mas o teu colo nunca deixará de ser a minha casa mesmo que eu tenha de adormecer por todo a eternidade.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

O Amor está avariado




Olha-se para um lado e para outro e já há a mesma intensidade e inteligência de viver o amor, o amor é muito que o sentimento, é dávia, compreensividade, vontade de ir ao encontro sempre e cada vez mais deixar que se acalme o espírito que dentro da alma faz com que dentro de nós existam várias paixões e poucos amores ou serão muitos amores e poucas paixões... ? No que respeita aos meus sentimentos eu sei quando quero, qual o momento de querer, qual a minha verdade que se alcança através do toque e do beijo da outra pessoa, no fundo uma verdade qu se alcança através de outra. Eu não sei o quero fazer da minha vida mas o amor hoje em dia está mais avariado do que eu própria, olhem que não é uma avaria de dificilmente se realiza, é uma avaria simples, às vezes basta um sorriso, ou um olhar e depois tudo se começa devagar a resolver. Até nos casos mais frágeis se abre uma, duas ou três esperanças...

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Guardian Angel




Meu querido,
em breve fará um ano desde a tua morte, sinto-me mais frágil, a vida sem ti não tem sido fácil, tudo me faz recordar-te e as saudades aumentam. No dia de Todos os Santos fui à tua campa levar-te um ramo de flores do campo e um poema que tenhho a certeza que deves ter lido vezes sem conta.
Como eu queria ser capaz de te recordar sem chorar, apenas continuo aqui escondida entre o resto do povo a tentar enfrentar a realidade com as cabeça erguida mas os olhos repletos de lágrimas. Sinto uma dor tão forte dentro de mim, tão forte me habita, me tira o apetite, me tira a vontade de sair, me tira a vontade de festejar o meu aniversário, é já para a semana, sei que me virás dar um beijo na testa enquanto estiver a dormir por volta das duas horas da manhã, a hora em que nasci.
Passei alguns dias na aldeia, basicamente nem saí de casa, perdi-me nos álbuns de fotografias, nas frases que disseste, nos filmes que partilhamos, na vontade imediata de te abraçar e de te beijar e quem sabe embalar-te de novo em meus braços e falar até adormeceres, como de costume aquelas minhas conversas estranhas sobre estrelas, sobre sonhos, sobre nadas que para mim ainda significam tanto.
Se eu soubesse que ias morrer! Batia-te, prendia-te antes que o fizesses, depois beijava-te e pedia-te para me explicares o que sentias... nunca tive a oportunidade de ouvir da tua boca, apenas o li na carta que me deixaste.
Só para te dizer que este será um aniversário triste, estarei pensando em ti e na falta que me fazes.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Beijos que doem





Há beijos que doem, doem porque as verdades que os cobrem são falsas, doem porque talvez por detrás de um beijo esteja uma traição que magoa e arde depois no coração de quem beija e de quem não beija mesmo querendo ser beijado.
Deves estar a pensar que este texto é para ti, estás enganado. Talvez este texto seja um mero desabafo ou uma realidade diferente mas na verdade o que mais dói é o que se beija e depois não se esquece.
Um beijo dói como tudo o que é capaz de nos magoar ou fazer sofrer!
Quando olho para ti gostava que esta fosse a nossa mais bonita história de amor mas depois os teus beijos doem muito, doem como seringas espetadas nos braços de um doente, não sei como comparar, ao que comparar, só sei que depois do beijo escondo a cara no teu ombro e deixo que umas lágrimas me escorram face abaixo.
Os teus beijos doem mas eu gosto e por gostar tanto continuo a deixar que me beijes.

domingo, 21 de outubro de 2007

Oração




"Creio em Deus Pai, Todo Poderoso..."

Se existes oh Deus revela-te agora que preciso de ti,
se existes dá-me a mão e ajuda-me a erguer-me nesta oração,
se existes faz de mim uma pomba como símbolo de liberdade,
um crucifixo qualquer entre as mãos dos que ainda têm fé,
se existes faz de mim o que fizeste com o São Tomé.

Onde estás tu Pai Nosso?

Queria ver-te caminhar sobre as águas da minha vida,
ando perdida na teia do horizonte da estupidez humana,
Vem defender-me como defendeste a Madalena.
"Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra",
eu já atirei a minha...
Lava-me a cara como a Verónica ta lavou enquanto carregavas a cruz,
por mim o Deus, Jesus, sejas tu quem fores,
entre o meu desespero abre o consolo
e ressuscita-me como a Lázaro que consideravam morto.

"Creio em Deus Pai, Todo Poderoso..."

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Soletrar...





Soletro o silêncio em desfiguradas vidas que me rodeiam, desfiguradas e impertinentes nadas, só escuto a voz do coração inquietante e depois mais nada resta a não ser a desconfortante sensação de vazio a nascer dentro de mim, a crescer como uma planta, devagar, solta-se à margem do meu corpo o amanhã que floresce e eu adormeço porque me apetece, só porque me apetece porque a vontade de adormecer é nula.
Calo-me, calo os outros, fico só a pensar como seria não sentir o coração bater ao ritmo da vida, parece mesmo que tudo desaparece assim do nada, quando tens algo para te aquecer perdes a fogueira dos teus passos e só o frio me resta.
Passo tempos infinitos assim a tentar encontrar uma caixa vazia onde permanecer, as caixas tão todas cheias de lamúrios e revoltas interiores que outros inventam. Calo-me outra vez, não vale a pena falar de mais nada porque o momento em que me encontro é assim mesmo. Não me encontro só mas encontro-me sozinha. Contradição? Sim, talvez! Todos têm direito a pensar duas vezes em vez de uma... contradizer-me não mas contradizerem-se sim. Força!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Sinfonia de Veneza




Pediste-me um baile de máscaras, levo-te a Veneza...


Primeiro irei contigo, passearei contigo com o mundo inteiro a olhar-nos de longe como se a perfeição de um sentimento assusta-se os demais, bailaremos sobre os canais de veneza e saltaremos as rédeas do sonhos para que tudo se torne demasiado real aos nossos olhos, hoje, quem n ão acredita em nós? Somos o casal perfeito. Ao passarmos sobre a ponte Rialto deixamos que o nosso amor se una numa sinfonia que invade todos os bailes de máscaras, porque a beleza de um baile de máscaras não está na máscara que usas mas sim no coração que tens.
Seremos o melhor casal deste baile inteiro em nem com a rosa negra entre mãos soltaremos o vermelho que se esconde dentro de nós.
Acompanhas-me?

domingo, 30 de setembro de 2007

Não seremos máscaras...





Não seremos máscaras de sentimentos enquanto houver amor, não seremos meras máscaras que invadem o coração umas das outras e ficam por lá habitando o inabitável, respiro a primavera em flor que o sol teima em queimar de vez enquando. Nós não seremos nada porque somos absolutamente tudo, isto não é uma peça de teatro é a verdade a soar a estranha cá dentro, é a vontade de quebrar as máscaras e ver a verdadeira face do amor.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Nem sei que título lhe dar...

Fui ao cemitério hoje, tentar falar contigo, pelo menos tentar entender o que se passou, o que fizeste, não soube, não soubeste responder, talvez porque não te tenhas aproximado, talvez tenhas falado demasiado baixo ou talvez apenas te queiras afastar de mim. Não me abandonaste porque sinto que estás em mim mas talvez não queiras que eu fique presa à tua imagem, aos teus sons, aos teus passos, aos teus gestos, ao teu rosto, e então decidi pela primeira vez, hoje decidi, que não me ia despedir de ti porque nunca houve uma despedida também não ia dizer adeus porque não seria capaz, não teria coragem e porque tu fazes tanto parte de mim como eu faço parte de ti, mas hoje eu sei, hoje eu soube quando ali cheguei, quando vi a tua campa, quando olhei a tua imagem, quando te toquei, eu soube, eu hoje sei que não vale a pena chorar nem vale a pena gritar porque tu não estás aqui para me ouvir e se eu chorar e gritar alguns vão pensar que sou maluca só porque gostava de te ter aqui, gostava de te dizer uma ou duas palavras que ficaram por dizer, gostava de te contar tudo o que se passou desde que partiste, os momentos que perdeste, sei lá, o mundo que eu pensava que só tu e eu entendíamos e que agora sei que mais alguém partilha comigo.
Hoje foi um dia difícil para mim, não foi uma despedida, não foi um adeus mas foi um momento que mudará a minha vida daqui para a frente, um ponto de viragem. Hoje tu ensinaste-me a ir e a chegar, a olhar bem para o meu lado e a estar plenamente, a admirar um novo rosto, um novo olhar, um novo toque, uma nova mão que segurarei sempre; hoje tu ajudaste-me a dizer todas as palavras que os meus muitos silêncios prendiam em si.
Hoje com a tua mão no meu ombro eu olhei o céu e vi o rosto dele e soube que nunca estaria só porque ele estaria sempre comigo, soube que ele é actualmente uma das pessoas mais importantes da minha vida, nos seus olhos eu vejo o meu reflexo, não há nada de mais belo!
Tu hoje deste-me esta força, esta coragem, este abraço que me fez arrepiar e acordar para a vida, que não me perguntem como, que não me perguntem de que modo, de que jeito, não saberei responder, apenas sei que és um anjo que veio salvar-me e mostrar-me a luz.
Um dia deitar-me-ei no seu colo para lhe contar a nossa conversa de hoje, para lhe contar o quanto chorei de saudade e o quanto ri com as memórias e lembranças, para lhe contar que embora este meu testemunho pareça estranho é algo maravilhoso que senti na pele e na alma, hoje. Contar-lhe-ei que tu gostas de mim mais do que suficiente para me deixares ir, hoje eu vou, vou deitar-me no meu colo, emaranhar-me em mim, chorar um bocadinho e depois eu vou olhar o rosto dele e dizer-lhe como se fosse a primeira vez: “Gosto de ti!”

domingo, 23 de setembro de 2007

Dança da Lua





E se ao menos houvesse um lugar onde me encontrar, quem sabe permanecer, só um canto qualquer entre este mundo pequeno onde encontrar um pouco do meu mundo inteiro. Onde me aconchegar e quem sabe sorrir com uma flor atrás da orelha só para tornar mais cómico um momento. Se houvesse um lugar onde me encostar para ler e escrever ou quem sabe apenas sorrir porque o que sentimentos do mesmo modo que nos sai em escrita sai-nos também em gestos e silêncios que as palavras nunca conseguirão descrever.
Se ao menos houvesse algum tipo de invenção que tornasse possível quebrar a distância ou torná-la pelo menos mais curta sempre que o coração e o corpo sentissem dentro de si a vontade de estar e ficar com quem a distância arrastou para longe.
Se ao menos isto, se ao menos aquilo e a vida roda assim em torno deste "se ao menos" mas hoje quero lá saber se estás longe ou perto, hei-de dançar contigo um tango à luz da lua, no meio da noite , essa que emcobre a emoção e a felicidade de dois amantes.

Outono Antecipado




Aquece os pés na lareira que ainda não acendi,
aquece a alma na cadeira de balanço que te ofereci,
aquece tudo amor,
aquece as palavras que te escrevi com o coração inundado de fogo que arde e não se vê.
As folhas caem das árvores. Sentes?
Se não sentes é porque mentes
foi o vento que sorrisdente mo segredou.
Antecipamos o Outono com uma cantiga,
cantas comigo? A melodia dos dias a teu lado,
um rock dos tempos idos, um fado dos tempos vindos
Cantas comigo?
Aquece-te em mim e sorri enquanto o sol se esconde
não há ninguém que o tome em goles secos
só nós dois, agarrados, brindamos antecipados
ao Outono que devagar nos sorri.

Pensei...




Pensei como seria abraçar-te e senti-te, tal como se estivesses aqui a meu lado sentado no sofá a sorrir-me. Pensei depois como seria beijar-te e senti-te, tal como se desbravasses a distância e apagasses a ausência só para me beijar e sorrir a seguir.
Pensei como seria se pudessemos entrelaçar as nossas mãos e senti as tuas mãos nas minhas, parei de escrever, parei de pensar, ficou o tempo parado no ar e de olhos fechados consegui ver-te sorrir.

... como se aqui estivesses.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O nosso pôr-do-sol...




Será este o nosso pôr-do-sol?
Será este?
Quero o teu abraço para me encontrar,
quero o teu olhar para ser feliz,
quero o teu beijo para renascer,
quero tudo o que tiveres para me dar se puder ser.
Agora...

Quero um pôr-do-sol melhor do que este,
melhor porque estarei do teu lado enquanto o observas.

Um beijo em ti*

Quando será?




Quando for será e o coração não terá lágrimas que não chore de alegria, quando for já eu terei ido ou terei vindo e o teu encontro não deixará de ser o fascínio que acompanha a minha vida desde que tu entraste nela. O teu encontro, no teu encontro, quando será?

Quando for será...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Etrom




Ela surgiu com a faca e o queijo na mão e nem lhe deu tempo para pensar se deveria ou não continuar ali naquele lugar, não lhe deu nem tempo de entender se estava no lugar correcto, se deveria fugir... com o olhar altivo ela o fitou mais do que uma vez e mais do que uma vez o fez recuar a consciência e a certeza.
Ele deixando que o suor escorre-se pela face não escondeu uma certa expressão de medo aprisionada no mais íntimo de si, engoliu em seco meia dúzia de palavras enquanto a garganta parecia secar, devagar, ao olhar dele secava tudo , toda a sala onde estava, todo o espaço em volta que acreditava e que agora duvidava, tudo secou à sua volta só ela permaneceu imóvel, olhando-o com desdém, ele ainda tentou alcançar os pés dela mas o seu braço parecia seco , quase desfeito...

... o último rasgo de luz que ele viu foi o reflexo nítido do olhar negro dela na foice que erguera para lhe cravar.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

E se um dia fossem anos?


Se um dia fossem anos? Eu não sei como seria mas na vida eu não encontraria outro rumo que não fossem os teus braços. Um só dia, um único dia, anos junto de ti e a ternura complacente de te saber perto e não ausente, assim é que deve ser.
Se este dia fosse o resto da minha vida eu não me importaria, só queria os teus olhos onde me ver, se saltasse assim as barreiras do tempo só para o amor permanecer, se fosse fácil quebrar a ausência com melodias repentinas de dois corpos mudos que se sentem ser em uníssono, como um monólogo falado a duas vozes se é que isso é possível.
E se um dia fossem anos? O que importaria...

... importa-me a mim agora saber que não gastei o tempo, um dia, dois, três, os que tu quiseres desde que sejam passados a teu lado, por mim até podem ser anos.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Quem me dera amar-te


Quem me dera amar-te...

Quem me dera ser capaz de amar-te ou fazer a memória transforma-se apenas em vã memória e não nesta firme lembrança, quem me dera ainda ser capaz de te dar uma nuvem onde te encostares ou esconderes sempre que precisares, quem me dera amor ser capaz de esquecer o qu não consigo.
Quem me dera amar-te... quem me dera!
Ser ao menos capaz de deixar que as lágrimas que sinto cairem em mim me caiam rosto abaixo mas não posso, não quero que assim seja, assim sou, assim minha alma não espera que consiga amar-te. Não quero ou quem me dera ser ao menos capaz de querer .
Quem me dera amar-te...

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Na árvore da minha vida


Trepei pelo tronco da árvore da vida, cada vez mais alto, para os loucos nem o céu é o limite. Ultrapassei as histórias disformes e traiçoeiras do passado, sacudi o pó da verdade que já me fazia alergia na pele. Parei para descansar um só momento... sentei-me num ramo, balancei-o enquanto observava a selva que me envolvia... segui, às costas trazia o que sou, as mãos suadas pelo calor da alma, os pés feridos, os olhos enlagrimados.
Os pássaros esvoaçavam em meu redor, penas de todas as cores, lindos como só eu sei, atrás de si deixavam um pózinho aveludado, tranquilizante.
O meu cabelo esvoaçava com a brisa...
Subi, subi, subi, tinha fome, tinha medo, tinha tudo e não tinha nada, só esta constante e verdadeira subida aos cumes da minha alma, na árvore da minha vida!

sábado, 25 de agosto de 2007

As flores perfumam até as mãos que as esmagam...

Não tens nada na mão.
Apanhas uma flor seca, julgas que tudo pode mudar se apanhares uma flor seca,
Sentes-te morta! Balanças a tua vida. Sentes-te morta.
Apanhas uma flor viva ainda, prestes a secar, prestes a morrer.
Com as tuas mãos esmagas a flor, matas a flor...
Olhas as pétalas quebradas doendo-te em ti cada golpe que lhes dás.
Pousas a tua vida esmagada com o resto de vida que resta da pequena flor,
nas suas pétalas desarrumadas pelo chão.
O chão onde o lixo se amontoa.
Que fazes tu? Nada!
Sentas-te no degrau da escada e escutas o leve passar da noite.
As flores perfumam até as mãos que as esmagam...



sábado, 18 de agosto de 2007

Liberdade


Liberta-me os sentidos presos entre as veias,
liberta-me o sangue que se quebra nas ausências e nas distâncias,
a liberdade dos loucos é a musicalidade dos sentidos,
a liberdade dos sentidos é o despertar dos puros de coração.

Liberdade...

A liberdade dos meus gestos é a imagem do teu rosto,
a liberdade da minha voz é a música do teu olhar,
há liberdade quando o coração desperta na pureza,
ergue-se a fortaleza no reflexo da tua face para lá do meu rosto...

... tanta liberdade e uma só alma para a viver.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Dança de Toques...


Dança de toques em segredos acordados...



Silêncios da alma em olhos abertos...



.... sorrisos derepente como se fosse possível crer no amor.

.... Verdades minhas e tuas que o nosso mundo inteiro partilha com o mundo pequenino ...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Falando só...


Queria eu ser capaz de construir pontes que me ligassem ao céu dos felizes, queria eu ser capaz de destruir as barreiras que me impedem de ir aquém e além e queria eu, sobretudo, ser capaz de partir enquanto fico, capaz de ficar enquanto me parto.
Parte-se-me a alma em cacos pequenos, desses impossíveis já de se colar, alma minha esta simples obra de arte valiosa que partida em cacos nada vale...

Cinzas de um Fogo ainda por Apagar


Porque morremos nós? Não devíamos ter uma vida eterna ou pelo menos algo onde nos encontrem vivos mesmo depois da morte? Eu tenho tanta coisa onde te encontro vivo que nem sei se faz algum sentido falar na tua morte. Estás no quarto que partilhamos, na roupa que compramos juntos, na comida que não comeste, nas paredes desta casa que te espera ainda, uma anunciação de vida mais rápida do que a própria morte que te levou para longe de mim. Estás no rio onde nadaste, nas águas que não voltaram nem pararam e te conduziram ao mar, no sal das lágrimas que me percorrem o rosto, nas conchas que apanhamos depois da nossa primeira noite de amor. Estás até no coração que me bate dentro do peito, descontrolado, desfeito, tresloucado por tanto te amar e não te puder tocar. Estás em tudo o que preciso, em tudo o que me mantém viva, no chão que pisamos enquanto caminhamos rumo a esse futuro tão incerto, demasiado incerto para acreditar nele. Estás-me assim amor, em todos os passos, nos longínquos cansaços que me fazem vacilar, nos sorrisos prematuros, nos carinhos não seguros que ainda carrego para te entregar.
Porque morreste tu? Não sei se deva acreditar sequer na tua morte, ainda vives dentro e fora de mim, ainda o teu corpo se passeia sobre os meus espaços em volta, sobre os meus passos cá dentro, ainda vives, ainda o teu coração bate em cada instante, na brisa do vento que passa, no rosto que vejo nas fotografias espalhadas pela casa, em tudo meu amor, em tudo e em nada e na aragem revoltada que me faz pulsar o sangue.
Quisera eu vencer a tua partida com um sorriso no rosto mas levaste contigo todos os meus sorrisos. Rasgo a raiva, rasgo o sangue, rasgo o coração de ódio, permaneço atada a ti neste tempo em que me encontro. Paro o mundo todo, paro a vida só para te ver bailar entre os meus sonhos, numa presença intensa que te torna eterno. Deixo-me cair sobre este chão que pisaste, deixo-me enrolar no meu próprio corpo que tocaste e deixo-me ficar com as lágrimas nos olhos, deixo-me permanecer perene com o rosto cravado pela dor, com o peito furado pelo sofrimento. Deixo-me…
Porque vivemos?

sábado, 11 de agosto de 2007

Cruz ao Mar



O meu único desejo é ter uma cruz junto ao mar, quero que por ele espalhem as minhas cinzas e lhe façam sentir o meu sabor uma última vez. o mar dos meus sonhos e dos meus pesadelos quem melhor do que ele para me conhecer de cor.

Rumo aos céus...





Não soube ser na terra senão um anjo,
não saberei ser no céu senão um anjo...
O meu lugar não é aqui,
este não é o ar que eu deva respirar,
rumo aos céus, sem limites... eu vou.


Rumo aos céus.

Devo eu morrer ?


Devo eu morrer? Agora aquece-me uma dor subtil que aumenta a cada bater acelerado do meu coração, faço de conta que não é minha, olho em meu redor e depois só esta sombra de medos e o resto que fica por dizer.
Porque o faço? Sangrar não é um dos meus passatempos favoritos. Não entendo. Não consigo entender porque me corto e sangro e choro, fico a ver-me no reflexo do espelho com medo de já me não reconhecer e com a certeza que um dia é isso que vai acontecer, não mais me verei do outro lado...
Devo eu morrer? Agora aquece-me uma ligeira inquietude que tende a aumentar com os soluços, se eu morrer ao menos lembrar-te-ás do sabor dos meus lábios?

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Vais Partir...




Sinto que vais partir, do meu coração, o teu, agora e para sempre porque tu sabes que não me fazes bem e preferes partir a continuar a magoar-me. Assim tem de ser... V ai em paz!

Dentro da alma ainda o teu lugar se mantém aquecido se um dia tiveres vontade de voltar, aconchegar-te a mim e mostrar-me que nem sempre as coisas acontecem como nós queremos e que tu não querias mas teve de ser.

Hei-de entender... Hei-de entender como te dou agora este espaço por on de ires, porque sei que tem de ser. Vai ...


Vai meu amor, vai!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Adeus Molhado


Apetece-me dizer-te já adeus, assim quando te fores já me não restarão mais palavras interdictas, apetece-me dizer-te que não me apetece simplesmente ver-te e o facto de hoje te teres distanciado provocou em mim uma ligeira, repentina mas perfeita sensação de desconforto.
Tenho pena que as coisas tenham de ser assim, julguei-te capaz de preencher por inteiro os vazios que existem em mim , sinto que não o foste e como eu gostaria de mudar o que sinto mas infelizmente (felizmente, talvez) é a minha única verdade.
Um Adeus Molhado, muitas lágrimas que não foram choradas ainda me molham o coração e me lavam a alma, já deveria ter aprendido a não dar tanta importância a pequenas coisas, como o dia de hoje, mas faz parte de mim ser assim, importa-me o essencial às vezes tão escondido nos gestos, nos carinhos, nos silêncios... nas palavras, quem sabe o essencial não esteja escondido nestas que te escrevo agora.
Apetece-me dizer-te já adeus... digo-te adeus na partida, digo-te adeus na chegada...


Adeus

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Palavras Infelizes


Há dias na vida em que a vontade de ir fala mais alto, revemos tudo o que somos e o que fomos com o desejo de não mais voltarmos a ser, caminhos com os passos acelerados rumo ao não sei onde que nos castiga e nos maltrata... mas que tanto gostamos de visitar. Às vezes é por lá que encontramos a nossa vida na brincadeira com o tempo que não temos ou simplesmente sorrindo por tudo o que deixou de fazer sentido dentro do nosso coração, às vezes encontramo-nos a nós próprios, filhos dos sonhos que sempre abraçamos e embalamos nessas noites de agonia que fazem o coração explodir de dor.
Simplesmente porque hoje é um desses dias, talvez me não encontre ou talvez me encontre e seja capaz de escrever palavras mais felizes, por agora fico-me por estas...

Chegam?


Bastam?


O coração esvaziado quer encher-se de alegria mas as páginas em branco do caderno da solidão assim continuarão, at é ver...

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

A Terra Deles...

Na terra deles o amor é um perfeito idiota, na terra deles já se não fala de sonhos e a podridão do cansaço compromete-se com o mofo das auroras repelentes... Na terra deles o que escutas é a urgência de um sentir abafado pela pobreza dos insensíveis, o que saboreias é o desensabido e tempestuoso repúdio das bem-aventuranças.
Na terra deles... na terra deles o chão está coberto de corpos feridos, mortos de amor, mortos de sentimentos.

A terra deles é o contrário da minha, talvez por isso nunca tenha encontrado a melhor forma de nela viver. Sinto que não pertenço aqui, aqui me não sou na totalidade deste ser desperto, incompreendido, coberto pela súbtil indiferença de quem passa.

A minha terra está coberta de sonhos, de amor; a terra deles está devastada pela hipocrisia e pelo medo. A minha terra rejubila de sentimentos a cada segundo que passa; na terra deles os sentimentos morreram, mataram-nos as mãos da irresponsabilidade e do egocentrismo.

...

"O tango é o pensamento triste que se pode dançar"


Prende-me toda e a cada passo leva-me contigo, num compasso de dois por quatro deixa que as minhas pernas nuas aqueçam a nudez das tuas... puxa-me, prende-me!
Este tango é nosso, dança de pensamentos, já sinto em mim as tristezas remexerem-me o corpo, a noite verga-se pelo luto, tu e eu.
Nesta noite de tantas insónias, só um par apenas, em ritmo binário uma melodia tempestuosa invade-nos a pele, corpos pausados, olhos quebrados e em nosso redor todos de pé... prende-te a rosa que trago no seio, curvas teus olhos em desejo incompreendido, eu quero já, quero uma vertigem de toques desejados mas com desprezo cedo à força até a música findar.
Cobres-me de dor, dor amarga de querer ter-te de mais perto, envolves-me de tanto, preenches-me de ainda mais, vens sobre mim a cada toque súbtil, a cada olhar em fúria, a cada movimento brusco da cabeça que me faz mover o cabelo negro...
Já só somos nós, toda a sala se foi, só somos nós a dançar este tango em cima de uma núvem...

Sereia


Quase poderia ser uma sereia... Adoro o mar, adoro a terra , adoro os homens, adoro o sal das águas no meu cabelo, adoro a beleza, adoro nadar...
quase podia ser sereia mas se tu quiseres posso ser para ti, basta que me olhes de modo diferente... Tu és capaz.

Sereia
Es!
Reparo.
Es!E eu
Incapaz de
Acreditar.

Se eu tiver saudades

Se eu tiver saudades vais-me deixar chorar? Vais deixar que me renda às lágrimas, à falta e à perda? Só por um bocadinho que seja, só quero chorar os teus passos em direcção ao outro lado de mim, depois quero ser capaz de chorar tudo, o resto, o que ficou por chorar destes momentos em que aqui estiveste e eu não pude fazê-lo.

Vai, tens de ir, o sol já se está a esconder por detrás do nosso horizonte, é hoje. Com as malas na mão nem olhas para trás e enquanto tu te distancias eu ando de baloiço e ouço o movimento do carro cada vez mais distante...

domingo, 5 de agosto de 2007

Desembaraço

E sem embaraço magoaste as minhas denúncias com as tuas palavras e com os gestos premeditados e eu acreditei que era possivel fingir que o meu coração acreditaria na verdade que escrevias com o teu olhar....

sábado, 4 de agosto de 2007

Solidão



Ir ou não ir, ir e não voltar , voltar e ficar , não sei... Que decisão tomar?

Silêncio



Hoje só me apetece calar a dor, gritar em segredo,
murmurar e sussurrar as palavras mais sábias que habitam em mim.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Dói-me a Alma


Quero sangrar a alma de uma vez, ela dói tanto, tanto... trespassada por uma dor sem limites vira-se do avesso e contorce-se de sofrimento, eu balanço nos dias encostada a um canto, seguro a face que já não reconheço.

Que é feito de mim?
Que é feito da minha vida?

Apago as velas de um aniversário só, apago as cinzas dos cigarros que ainda aquecem o quarto vazio, apago as tuas pegadas e deixo que me ardam as entranhas, pouco a pouco, bem fundo, sangrando como um animal ferido, sem dono, sem lugar onde ficar, assim sinto morrer devagar o meu pobre coração.