
O meu único desejo é ter uma cruz junto ao mar, quero que por ele espalhem as minhas cinzas e lhe façam sentir o meu sabor uma última vez. o mar dos meus sonhos e dos meus pesadelos quem melhor do que ele para me conhecer de cor.
Tecem caminhos, descem pela minha face em grupo para me morrerem nos cantos da boca, bailam ao som dos soluços e dos gritos silenciosos da minha alma. Dançam baixinho para que ninguém ouça os seus movimentos, de vez enquando ainda se deixam pausar nos cantos dos olhos, ficam ali alguns minutos para depois cairem rapidamente rosto abaixo e já nem os soluços lhes servem de ritmo, nessa hora só querem cair com o corpo que fraco se estende neste chão de medos. Dançam ao bater acelerado do coração, mesmo ao anestesiante bombar do sangue nas veias, são fruto de muitas danças interiores, bailes inteiros de sentimentos que se misturam e co-habitam fraternos. As vezes a mão não as deixa dançar à vontade e tem necessidade de as limpar antes que cheguem aos cantos da minha boca, faz parte da dor, faz parte do sofrimento ter esta mão no rosto a limpar as lágrimas, um gesto prodigioso. Ver depois as lágrimas secarem aos poucos na mão que as esmagou, ver depois o sol secar as lágrimas que não acompanharam a dança até ao fim e ainda me ficaram na face. Dança das lágrimas, pausada, celestial, angelical...
6 comentários:
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é a segunda vez que visito os teus cantos
agora para afirmar, que a sensibilidade e o sentir, está patente em todos eles
continuação do bom trabalho
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Noite serena
Que foto magnífica!
O texto também é fantástico. Gostei, muito.
:)
Sabes tão pouco, mas sentes demais!
Expoente do sentir
Beijo amigo
Excelente foto e excelente texto: deixem-nos ter a nossa cruz junto ao mar, uma cruz branca ou de qualquer outra cor, se for esse o nosso desejo...
Muitos beijinhos!!!
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