domingo, 30 de dezembro de 2007

O Fado Vadio fez-me Sua Letra


Acordei com a melódica sensação de tristeza a ecoar pelo quarto, como um eco vadio de um fado traçado a fogo sobre a pele, respirei ao redor do resto do mundo como se soubesse de cor este cheiro a lágrimas que me entrava nas vísceras e me falava de mim a mim própria.
Vadio! Procurou um canto onde se acomodar e fez-me Sua Letra, bailando sobre o seu Xaile vi-me assim poeta e muito antes de o ser, já antes da manhã me cantar a geada ao ouvido, eu cantei baixinho à luz das quimeras, os sonhos das eras já mortas pelo caminho.
Híbrida sensação me acarreta o espírito, quase doentia, quase sinistra o mais que suficiente para me acanhar a alma, já temerosa, já assustada, já cansada, já teimosa, já despida do pecado original, deitada a um canto, sacudindo o desencanto, sonhando ser gente ainda pelo vale da fantasia andando como vadia.
... e o Fado Vadio fez-me Sua Letra, nem a vagarosa quietude da manhã o pode deter, entrelaçando-me o corpo como se já estivesse morto, tomando-me a alma como se esta já não me pertencesse, fazendo de mim seu significado, tão duro, curvado já pelo trago amargo do sofrimento.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Juntos


Se me deres a mão, se não tiveres medo conseguiremos juntos entender as forças que se erguem contra o nosso amor. Se sacudires o pó do passado que ainda te suja a alma e me deixares entra nela e acomodar-me a um canto eu prometo que serei capaz de te seguir, serei capaz de erguer os braços e felicitar-te com um sorriso redondo enquanto as minhas mãos se erguem de alegria para bater palmas.
Se tu souberes dar-me o real valor... se tu conseguires dar-te o real valor. Agora e para sempre serão três palavras no nosso vocabulário...

domingo, 9 de dezembro de 2007

O teu presente de Natal!

Às vezes penso, sem querer ser lamechas, que o melhor presente que te poderia dar seria eu mesma embrulhada no amor que te tenho e nos sorrisos que ainda não te entreguei, nos abraços, nos carinhos, nos secretos segredos vadios que não te dei. Então páro e não te alcanço porque o teu coração está demasiado triste este Natal, choro um pouco por ti e por mim e depois balanço no baloiço da minha lua enquanto a noite é tua, só então te consigo sentir despertar.
Este Natal vou chorar por ti, sorrir enquanto choro e recordo com saudade tudo o que vivi, depois vou calar a dor de vez e vou abrir-me ao mundo novo que sonho para os dois e se tu deixares vou pegar-te ao colo (se conseguir!) e vou deitar-me contigo ao pé da lareira enquanto olhos nos olhos deixo que o calor nos aqueça a alma já gelada de faltas sucessivas.


Este é o teu presente de Natal, um simples texto cheio das vontades que me atingem e se tu quiseres que me afaste lembra-te que um dia eu quis aproximar-me mais.

Saudade...






Um Beijo em Ti *

* este é para ti e tu sabes quem és!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

The true love


O verdadeiro amor é superior a todas as descrições,
o verdadeiro amor não anda na boca dos impuros
nem no coração dos inseguros.
O verdadeiro amor que as outras coisas não são isso
e a forma maluca com que se vive a vida hoje em dia
faz com que eu pense cada vez mais em escrever cartas de amor a alguém que ainda aparecerá porque é assim que funciona.
O verdadeiro amor é entregado e dado,
porque quem entrega recebe sempre pelo menos a metade
e com a metade se serve como alimento para a alma.
Quando penso ou sinto que deveria pensar o verdadeiro amor
não sei se será ao ponto de o condenar por todos os momentos em que o não pensei
mas depois outra vez e concluo que afinal talvez este seja o modo mais natural de o fazer.
E assim é o verdadeiro amor dos heróis entrestecidos que deixaram as suas esposas para partir para as grandes batalhas que os fizeram vencer todas as grandes guerras,
aquelas que os tornaram conhecidos nos famosos livros de História,
o amor cantado pela boca dos românticos
e assim é o amor, uma libertação mais do que uma condenação...

Eu amo o amor e tu também o amas?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

"Pulsa o Impulso"

Vi-te de longe, cruzamos o olhar e eu soube logo ali que as saudades que sentia eram maiores do que pensava, tinha saudades do Artur homem e amigo, o Artur Moura Queirós escritor é uma nova faceta da tua vida que acredito ter vindo para ficar e que faz falta ao teus leitores assíduos.
Sempre sereno respondeste às perguntas que te fizeram, ouviste os elogios e sorriste porque o teu coração assim o queria, sempre soubeste que mais importante do que receber era dar e por isso davas-te sem demora, hoje não foi excepção. Eu com os olhos vidrados já ouvia a tua voz como um eco dentro de mim a sussurar aos meus ouvidos todo um mundo interior que apartir de agora está paginado no nosso mundo exterior num conjunto de poemas.

Tive a oportunidade de estar aa teu lado neste momento tão importante na tua vida e ver-te nos meus olhos a sorrir como duas castanhas de Outono. Eu não sei como resisti à breve mas pausada vontade de te abraçar naquele momento. "O silêncio nunca incomoda...", eu gosto do silêncio e no meu silêncio consigo entender melhor o teu barulho.

Durante a viagem de metro de minha casa para lá e de lá para minha casa vim a escutar no mp4 uma música que hoje te dedico porque o dia é teu, a noite é tua, o mundo é teu e "se para mim o teu poema é verde e tu achaste que ele era azul melhor porque assim fica com duas cores diferentes!".

Save the Last Dance for me ...




Espero pela última dança...

[dedicado a Artur Moura Queirós, o homem, o amigo, o escritor, sobretudo pelo seu livro "Pulsa o Impulso" mas também porque é um jovem crescido que fez despertar em mim a vontade de também eu crescer em sorrisos e paz]

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

edaduas





Quis cantar-te uma canção para que ouvisses tudo,
mas depois afundei-me nas palavras onde te afundas,
quis pedir-te perdão mas não sei se me ouves
na ausência tu não sabes o que sinto.
Continuarei a procurar em mim o Outono que começa depois do Verão,
continuarei a construir o meu castelo onde havemos de morar, podes acreditar.

...
e ás vezes, às vezes nas quebras de mim
preciso de me encontrar nos teus braços e em ti.

Quando nos bate a saudade...


Às vezes a saudade nos bate, uma sapatada na face esquerda ou direita,
quer seja agora ou depois a verdade é que a saudade nos bate e nós ficamos a olhar para ela com aquele olhar de quem perdeu alguma coisa e não sabe nem o que perdeu, nem quando perdeu, nem pnde perdeu...

Eu às vezes até penso em ripostar, mandar-lhe dois socos de volta, a mim é que a saudade não engane, nem bate nem dá cabo de mim...

Hoje acordei com vontade de respirar, senti-me vida ao olhar a tua face.

Agora e para sempre lixe-se a saudade, bata-nos ela ou não a verdade é que não saberei mais o que fazer se não sentir a saudade a olhar-me os olhos com vontade de me bater eu não me sentirei viva.