sábado, 1 de março de 2008

Quando um adeus é o último adeus...


Tremo ao ouvir-te falar todos os nomes que amaste. Ouço e sigo calada pela mesma estrada, pecado que cometeste. Sofro depois a vaga superficie calma dos gestos enamorados, soltos, amarrados apenas nos pulsos de um sentimento cortado. Silenciado vais ao meu lado como se soubesses já o destino vão, no lugar do coração encarcerada a saudade azeda dos momentos que não tivemos.

Sempre vais?

Fazes-te de desentendido enquanto eu choro ao teu ouvido as pragas que me lançaram, só a híbrida reacção dos corpos em constante apeguidão se faz trémulo impulso a um querer desnorteado, ambos sabemos e mesmo assim nos calamos com medo de nos envolvermos.

Sempre vais?

Cai-me a vida ao chão com os teus olhos sobrepostos aos meus, ris-te sozinho e na minha face deslavada um barco contra o cais, já me repugnas e ainda nem me ouviste chamar-te os mais feios nomes, pela distância, nas mãos da ausência, sacode o pó deste deserto.

Vai...

Às tantas vais-te embora sem saberes o que me vai no coração.

2 comentários:

Anônimo disse...

Amiga Margarete,
há sempre tanta coisa por dizer e outra tanta que fica por sentir.
Quando se diz adeus é para sempre!
Adoro a tua escrita!
Jinhos, Tytta

Mariana Neves disse...

que texto lindo, quase chorei.
parabéns e desculpa a invasão :$