quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Renascer


A vida pode cair aqui mas erguer-se ali!



E hoje reconheci-me através do teu olhar, soube que estava bem entregue no teu coração, tive a certeza que podia adormecer em paz porque haveria sempre uma mão a fazer-me festas no cabelo mesmo à distância... corri ao teu encontro porque tinha saudades de mim própria e sabia que me ia encontrar em ti, assim foi.
Sentei-me, deixei que abrisses a minha alma e me entregasses um todo de mim que com carinho sempre te dei, relaxei ao ouvir-te falar de mim própria, tu conheces-me verdadeiramente, respirei a vida quando me confrontaste com a verdade que eu própria já não conseguia encontrar. Se tu soubesses como me fez bem olhar os teus olhos e ver-me neles e depois deixar que me invadisse esse sentimento de amor, senti-me totalmente em casa, acomodar-me nos teus braços e beijar-te com a suavidade e delicadeza do costume...

... tinhas razão, se o mundo te parece estar ao avesso talvez seja porque tu estás ao contrário, abri as persianas e pela primeira vez desde há muitas semanas consegui vi o azul do céu através da janela do meu quarto.
Obrigada.


(dedicado a Joaquim Amândio dos Santos, o Senhor, o Homem, o Amigo que hoje me fez respirar vida de novo)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Pequena rasteira


Repousa a tua mão sobre o meu peito nu
amante dessas noites que não temos,
aquece-me as mãos com os teus beijos
és tu que inventas no meu corpo mil desejos.

Amanheci na cor dos teus cabelos
na branca e terna pele que me desperta,
teu corpo delgado é a ventania
que fecha de rachada a porta aberta.

Não esperes meu amor, a espera não presta,
quando o coração dói como agora
esta sensação é a única que me resta.

Vem ao meu encontro mas caminha até mim,
não fiques a meio, quebra o limite,
o teu caminho é o meu fim.

Olhos de Menina


Os teus olhos de menina
coração de criança,
minha pequenina, teu rosto é a esperança.
As tuas mãos são os sonhos
de tanta gente crescida.
Minha pequenina, linda dos meus olhos.
Os teus cbelos mágicos
de onde se solta o reino das fadas.
Nos meus sonhos tu balanças
e me embalam as lembranças
quando te espero o riso.
Teus olhos da cor do céu,
o céu dos felizes que poucos conhecem,
os teus cabelos ondulados como as ondas do mar
que vão e vêem como as ondas que me amanhecem.

domingo, 25 de novembro de 2007

Tango


Se tu soubesses conciliar os pés como concilias a alma, se tu soubesses volver os meus braços como volves a minha calma, se te perdesses e do meu corpo fizesses o porto de abrigo, se me despisses para depois me vestires de devagarinho. Só numa música puder sentir os teus dedos nos meus e devagar olhar os teus olhos num mundo que só a minha pertence, se fosses rápido para me virar enquanto eu te envolve, se fosses intenso como és intenso quando me abraças. Afasta-me as madeixas dos cabelos enquanto o som da música me levar, faz de nós a mais bonita pintura quando o som da música te obrigar a parar e quando houver um tempo em que não te apeteça fazer nada não deixes de me tocar eu farei das tuas mãos a minha cintura e do teu olhar os meus pés.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Falta= Vontade de te querer perto



Sinto a tua falta meu amor, entre a banal das faltas está a minha que de banal tem muito afinal de repente os sintomas passam de uns para os outros e passam todos a sentir a tua falta, a casa, o cão, as paredes, os posters, as fotografias, todos sentem a tua faltam e eu não nego que sinto a falta dos carinhos, dos abraços, dos beijos e quem sabe daquela noite de amor que não chegou a existir ainda, porque assim não quisemos, mais importante do que esta falta só a vontade incansável de te ter perto. Mas sentir falta não é o mesmo do que ter uma vontade incansável de te ter perto? Às vezes digo que sim, outras vezes apago a lanterna do real e do possível e imagino que não e que cada uma é separada e tem a sua própria gravidade. Qual deixarei cair primeiro? Não sei! A minha única certeza é que ambas fazem parte do meu caderno diário...

terça-feira, 13 de novembro de 2007

domingo, 11 de novembro de 2007

O teu colo é a minha casa




Abro a porta do teu mundo, antes de bater, conheço melhor a minha casa do que tu o teu mundo mas afinal, a tu casa é o meu mundo, a minha casa é o teu mundo e a verdade é só esta. Se tu não estás bem não à luz na minha casa e não vale a pena ligar o gerador porque nada fará que se ilumine a nossa escuridão a não ser que me descubras e me abraças e eu ouça o teu sorriso redondo.
Ás vezes perco-me na tentativa de controlar a vontade de chorar quando me adormeço na escuridão e não ouço nenhum movimento teu à procura de mim perdida nos braços da tua solidão que moro no teu mundo, cobrindo a minha casa.
Mas o teu colo nunca deixará de ser a minha casa mesmo que eu tenha de adormecer por todo a eternidade.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

O Amor está avariado




Olha-se para um lado e para outro e já há a mesma intensidade e inteligência de viver o amor, o amor é muito que o sentimento, é dávia, compreensividade, vontade de ir ao encontro sempre e cada vez mais deixar que se acalme o espírito que dentro da alma faz com que dentro de nós existam várias paixões e poucos amores ou serão muitos amores e poucas paixões... ? No que respeita aos meus sentimentos eu sei quando quero, qual o momento de querer, qual a minha verdade que se alcança através do toque e do beijo da outra pessoa, no fundo uma verdade qu se alcança através de outra. Eu não sei o quero fazer da minha vida mas o amor hoje em dia está mais avariado do que eu própria, olhem que não é uma avaria de dificilmente se realiza, é uma avaria simples, às vezes basta um sorriso, ou um olhar e depois tudo se começa devagar a resolver. Até nos casos mais frágeis se abre uma, duas ou três esperanças...

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Guardian Angel




Meu querido,
em breve fará um ano desde a tua morte, sinto-me mais frágil, a vida sem ti não tem sido fácil, tudo me faz recordar-te e as saudades aumentam. No dia de Todos os Santos fui à tua campa levar-te um ramo de flores do campo e um poema que tenhho a certeza que deves ter lido vezes sem conta.
Como eu queria ser capaz de te recordar sem chorar, apenas continuo aqui escondida entre o resto do povo a tentar enfrentar a realidade com as cabeça erguida mas os olhos repletos de lágrimas. Sinto uma dor tão forte dentro de mim, tão forte me habita, me tira o apetite, me tira a vontade de sair, me tira a vontade de festejar o meu aniversário, é já para a semana, sei que me virás dar um beijo na testa enquanto estiver a dormir por volta das duas horas da manhã, a hora em que nasci.
Passei alguns dias na aldeia, basicamente nem saí de casa, perdi-me nos álbuns de fotografias, nas frases que disseste, nos filmes que partilhamos, na vontade imediata de te abraçar e de te beijar e quem sabe embalar-te de novo em meus braços e falar até adormeceres, como de costume aquelas minhas conversas estranhas sobre estrelas, sobre sonhos, sobre nadas que para mim ainda significam tanto.
Se eu soubesse que ias morrer! Batia-te, prendia-te antes que o fizesses, depois beijava-te e pedia-te para me explicares o que sentias... nunca tive a oportunidade de ouvir da tua boca, apenas o li na carta que me deixaste.
Só para te dizer que este será um aniversário triste, estarei pensando em ti e na falta que me fazes.