sábado, 16 de junho de 2007

Escutai

Escutai...

Escutai o que vos digo, parai de andar de um lado para o outro...
Parai! Escutai!
Estou a morrer aos poucos, escrevo-vos já com a morte a ruir o mundo no meu interior.
Escutai almas da minha vida, parai de gritar-me aos ouvidos todas essas palavras felizes, a vida não é um mar de rosas, é um mar de espinhos. Parai de me convencer que o céu é azul. Eu bem vejo, vejo tudo com esta negrura que carrego à tanto tempo em mim.
Escutai! Escutai os passos lentos da tristeza a ecoar na minha alma, escutai de uma vez por todas para que não mais restem dúvidas da minha verdade.
Nunca acreditaram em mim, nunca! Julgavam que era frágil (sou-o sim, como as lágrimas que me caem rosto abaixo), julgavam que era sensível (sou-o sim, como as paredes desta vida que caem).
Escutai hoje sementes de vida ainda... é para vós que fá-lo... não me deixeis aqui ajoelhada, com a face curvada e o nariz a tocar a chão, este chão por onde o sangue da minha alma já escorre, escorre e dói, e tudo é um desatino em mim...

Escutai!

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