sábado, 28 de julho de 2007

Voz


Foi a tua voz, foi o timbre fantasioso da tua voz e todo aquele tango que dançamos com as palavras interdictas, depois foi a chama que se acendeu devagar sobre a vela e foram momentos que despimos palavra após palavra, silêncio após silêncio, foi a praia dos receios e dos gostos repetidos desnuda, foi o tempo pouco de nos ouvirmos para o tanto que sentimos. Foi a tua voz, o silêncio repetido e a falta que me fez quando o sol nasceu e o desejo pertinente e inquietante de te ligar, acordar-te, só para ouvir-te. Fosse o que fosse que dissesses haveriam de existir mil e um sinónimos para as tuas palavras e as sílabas seriam pau-sa-da-men-te soletradas pela tua boca, perfeita sinfonia, perfeito timbre que inundou o meu peito de um ar respirável...
Foi a tua voz a gritar-me um sentimento renovado enquanto o coração se afastava com receio, foi tudo isto em um momento que me fez voltar a sentir-me vida, a tua voz na minha pele faz milagres.
Foi a tua Voz a soar cada vez mais alto e a sobrepor-se ao silêncio que pernoitava no meu colo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não há tempo que tire peso nas palavras, mesmo que seja a meio da noite, mesmo que seja a meio de um sono, mesmo que seja num sonho! ***